o relógio do meu computador
travou
às 11h da manhã...
o tempo corre estranho
dentro de mim.
fora de mim,
não há nada para saber.
os poemas
e poetas
não me importam.
a janela que dá para uma parede,
a gata que dorme no telhado...
correm
ora
dentro
ora
fora
de mim.
brinco de começar poemas
sem intenção nenhuma de terminá-los.
não me sinto poeta,
nem psicóloga,
nem gente,
nem Mirtes...
do que importa
nome,
emprego
ou poesia?
sentir é uma delicadeza sem títulos.
eu brinco de espiar o tédio em mim,
costurar os versos,
assobiar silêncios,
pintar de vazio...
existir feito rascunho por amassar.
hoje é domingo,
e o relógio travou às 11h da manhã.
eu me sinto um meio dia
por vir.
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