domingo, 28 de junho de 2020

dos livros que não existem

todas as noites com o mesmo gosto de domingo,
o relógio do meu computador
travou 
às 11h da manhã...

o tempo corre estranho
dentro de mim.

fora de mim,
não há nada para saber.

os poemas 
e poetas 
não me importam.

a janela que dá para uma parede,
a gata que dorme no telhado...

correm
ora 
dentro

ora 
fora 
de mim.


brinco de começar poemas
sem intenção nenhuma de terminá-los.

não me sinto poeta,
nem psicóloga,
nem gente,
nem Mirtes... 

do que importa
nome,
emprego
ou poesia?

sentir é uma delicadeza sem títulos. 

eu brinco de espiar o tédio em mim,
costurar os versos,
assobiar silêncios,
pintar de vazio...

existir feito rascunho por amassar.

hoje é domingo,
e o relógio travou às 11h da manhã.

eu me sinto um meio dia 
por vir.

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