17 de outubro de 2015
o descascado da tinta no teto do meu quarto
conversa comigo,
no silêncio da tinta a me descascar uma coisa qualquer...
a poeira nos livros,
os poemas esquecidos no caderno,
as fotos
e as canecas de café também conversam comigo,
e eles também sou eu,
ao passo que nada mais é meu.
o tédio e o sono a vigiar-me a beira da cama,
me entrelaçam os braços e as horas,
na poesia crua,
vírgulas
e acentos mal colocados,
o excesso
e o
esvaziar de mim.
me mistura o corpo
e as vogais,
escrever tem sido um cavar no vazio.
e pouco importa o que se preenche.
eu olho paro descascado do teto,
e abro um sorriso
igualmente
descascado, é claro.
viver é mais que o teto, e é só mais uma coisa, ele me diz..
só mais uma coisa...
e que coisa.
E que coisa e essa tua poesia cavando o vazio...
ResponderExcluirTeu vazio é cheio, assim como tua boca é linda e teus poemas, um premio.
ResponderExcluirSeu poema é cheio de significado, e o vazio, apenas, um retrato.
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