o meu café não é tão amargo,
quanto esses versos possam fazer parecer.
não, não é.
nem eu sou.
o problema é que já adoecemos, meu amigo.
e o paladar e o peito
ficam assim,
com esse sabor de café, já a muito requentado.
e eu sempre esqueço uma xícara ao lado do computador,
tem uma aqui agora,
vazia,
me fazendo companhia desde a hora que acordei.
geralmente, é toda a companhia que eu sou capaz de suportar por aqui...
eu não sou de muita serventia pra esse tipo de gente,
que gosta de falar o tempo todo,
não sou mesmo.
choveu o dia inteiro por aqui,
faltou energia algumas vezes,
e eu passei boa parte do meu tempo,
olhando a chuva escorrer pelo vidro da janela da sala.
isso faz mais sentindo pra mim do que um milhão de palavras e pessoas fariam.
de certo que sim.
a xícara ainda está aqui,
ao lado,
e não tenho certeza mas acho que a chuva passou...
não lembro de outros dias tão tranquilos, quanto o de hoje.
só me pergunto até que ponto tanta tranquilidade,
é realmente algo frutífero pra alguém...
mentira,
nem me pergunto isso,
só queria mesmo aprender a fazer um café menos amargo,
e a esquecer menos xícaras sozinhas na mesa.
Bela poesia.
ResponderExcluirTu continua a mesma, tu te repetes e a tua indiferença te faz diferente, tu sabes e aproveitas isso. Eu gosto,porque tu me permites quando tu te permite.
ResponderExcluirAté.
Mirtes vc é simplesmente o que podemos chamar de escritora do século XXI. Vc carrega a sua própria tecnica de escrever, vc conhece o que escreve e isso é fundamental de mais. te amo com todo respeito
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