o que faço sem?
mariposas…
mariposas
voam.
dentro de todo
o tempo,
tempo é coisa rara,
rala,
que se devora,
e esmaga.
mariposas não
tem noção do tempo,
e tempo não é nada,
pouco menos que os ponteiros e o
relógio.
pouco mais que eu,
e o resto.
peguei o livro e deixei a porta do quarto aberta,
ela dá pra rua,
não que isso importe,
nem porta,
livro ou rua…
o céu vai se acinzentando,
à toa…
poderia chover ou fazer um puta sol,
que não me faria diferença alguma,
nada faz.
mariposas…
são bonitas,
porque são bonitas,
não fazem sentindo, não fazem tempo,
não escrevem poemas
vertem lagrimas ou sorriem,
mariposas são mariposas,
porque são mariposas.
apenas
mariposas.
isso não é
feio nem bonito.
não há mariposa que me entre pela porta do quarto,
só tempo que
me foge pela janela.
as mariposas voaram…
Bela poesia.
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