estou a olhar para o teto,
ou o teto está a olhar para mim?
não ei de sabe-lo...
certo é, que estou a fitar qualquer coisa
que há acima da cabeça.
acima...
quem iria notar se nos virassem o mundo
ao avesso do avesso?
tudo é abismo,
tudo é chão,
dos olhos
aos
pés,
nossa cabeça,
braços,
sexos e narizes.
tudo é abismo.
o quão só nós somos?
o quanto só, nós estamos?
de que importa a largura de qualquer solidão?
tão menor ou tão maior do que qualquer coisa,
que não nos cabe no peito.
quem iria notar se nos virassem
o teto do mundo ao avesso?
estou a olhar o teto,
ou o teto está a olhar para mim...
tudo é...
teto
e
eu.
tudo é...
o que somos.
quem sabe, o céu...
fecho os olhos,
e sonho com um teto azul tranquilo,
... como tinta que nunca descasca.
Um teto que pudéssemos brincar como o filme A ORIGEM.
ResponderExcluir