o que tenho de mim,
se não eu
mesma?
e todos esses pontos,
exclamados,
me
interrogando nos miolos..
poesia burra e rala,
que
me escorre pelos dedos, garganta e peito...
a calçada lá fora já não é mesma,
os atendentes da padaria, a fachada da
casa da esquina,
e até os caixas do supermercado, já
não são os mesmos...
os postes e suas lâmpadas
incandescentes,
ligadas durante o dia,
ligadas durante o dia,
os ônibus que passam pela rua,
sequer os cães que me rasgam o lixo no
quintal, são mais os mesmo...
o que tenho de mim,
se não eu mesma?
a comida congelada na geladeira,
o trinco enferrujado da porta,
os livros e a poeira da mesa,
a janela que dá para o muro...
fragmento sobre fragmento,
do nada, que me é tudo em mim.
o que temos pra possuir fora das paredes de nós?
o tempo que se esvai...
o tempo que se esvai...
o agora,
sempre e sempre,
só agora.
a calçada lá fora...
o que tenho de mim,
se não eu mesma?
o concreto e o agora,
sempre e sempre,
e só agora.
todo resto é transitório.
e até os caixas do supermercado já não são os mesmos.
mas eu tô com preguiça demais, pra fingir que me importo...
e até os caixas do supermercado já não são os mesmos.
mas eu tô com preguiça demais, pra fingir que me importo...
Bela poesia.
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