tinha os olhos de esquecer.
as mãos em dois silêncios magros,
e o peito
em um permanente assobio.
o tempo frio,
as xícaras,
a louça toda por lavar
o fim das férias
e o começo de qualquer outro fim...
a água molhando minhas mãos enquanto ensaio ensaboar
pouco a pouco
os pratos,
o relógio na parede
calendário,
o chiado da televisão a abafar-me
o assobio seco do peito...
o tédio por ensaboar e secar-me.
amor e poema,
a me encharcar e afogar,
(e esquecer)
ou qualquer outra coisa
entre lavar os pratos
e morrer...
porque é sempre só qualquer outra coisa
entre lavar os pratos e morrer.
aceito um café, linda a sua poesia!
ResponderExcluir