como a dois espelhos
a me refletir
a fronte e as costas,
o tempo do calor do peito
a sobrepujar-me
o tempo
dos ponteiros e calendários,
gostava de ter os dedos,
a misturar
o pó de café a água,
o aroma adocicado
de melancolia
a tocar-me o delicado dos lábios...
depois teu colo como ninho
asa e voo,
pousar abismo
em verso
letra
e
língua
ter as pernas como um navio,
a navegar-me
os lençóis,
afogar-me
o tédio e o medo
no teu-e-meu suor,
gostava de ter o nu do corpo,
como folha branca,
pra te escrever com os lábios o beijo,
instante
por
instante.
o teu acaso,
poesia
em gozo morno;
eternidade.
verso a verso,
corpo
a
corpo.
sonhava teus pelos misturados a minha poesia...
Gosto da sua poesia nua e faminta
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