Palavra por palavra
Linha por linha
E verso por verso.
Vou criando universos
De infinitas possibilidades
E como quem brinca de Deus,
Faço sair da caneta verões gelados
Noites ensolaradas,
E instantes eternos,
Que faço caber dentro da finitude.
Vou colocando palavra dentro de palavra,
Tirando palavra de palavra.
E palavra por palavra,
Vou com a ponta da minha caneta barata e quase sem tinta,
Desbravando universos inteiros.
E com os gritos que sinto apertando o meu peito,
Vou inventando palavras mudas,
Vou inventando palavras mudas,
E as faço ecoar silenciosas dentro dos teus ouvidos.
Invento perfumes doces ,
Para as rosas mortas,
Cujos espinhos,
Colhi pelo caminho.
Vou criando,
Recriando.
Fazendo em verso,
Aquilo que não se fez em mim.
Ressuscito mortos,
Faço paraísos infernais
E infernos gloriosos.
Crio quimeras,
Visto ,e dispo-me de máscaras,
Construo muros,
E enquanto desconstruo mundos,
Fecho-me em casa,
E abro a janela ,
Deixando o mundo entrar,
Deixando o mundo entrar,
Em forma de poesia.
E como quem segura uma espada,
Seguro a caneta,
E travo uma guerra,
Contra os demônios,
Que eu mesma invoquei.
Vou apenas tentando me distrair ,
E esquecer de todo o meu tédio,
Inventando mundos inteiros,
Que tiro da ponta da caneta ,
E esparramo em forma de palavra,
Pelas minhas folhas,
Enquanto tento preencher com poesia,
A minha alma vazia.
Não ;eu não estou demente
Tão pouco sou poeta...
Sou apenas uma criança tola ,
Que brinca de inventar palavras...
E disfarça de beleza
Aquilo que é só tristeza,
Compondo canções mudas,
Que faço gritar nos teus sentidos.
Vou apenas tirando palavra de palavras.
E enquanto rascunho mais um verso ,
Ouço a pergunta do poeta tolo,
Com voz de criança esperta :
”O que tem dentro da palavra?”
Oras,meu amigo,
Apenas outra palavra...
Respondo ingenuamente,
Enquanto rabisco mais um verso,
E pergunto para mim mesma :
"O que cabe dentro de uma palavra?"
Ouço;então;do mundo,
Com a mesma voz de criança esperta,
Em forma de poesia:
Oras,sua tola e pretensa poetiza,
Apenas outra palavra!
Afinal,também o mundo,
Não passa de uma palavra?
Escuto, então, o mundo,
E com um sorriso nos lábios,
Rascunho mais um verso,
Tirando o mundo do mundo.
E colocando mais uma palavra torta,
Na minha folha vazia,
Sinto,então, a caneta estourando enquanto escrevo,
E com a mão ainda manchada de tinta,
Rabisco mais um verso,
E desbravo outro universo
Ah que beleza!
ResponderExcluirE eu cá fico imaginando como seria você declamando esse poema!
Lindo demais!
Os versos são tão suaves e transmitem uma paz tão grande e envolvente, não tem como não gostar.
Um abraço!
Nossa, que maravilha!!!
ResponderExcluirE enquanto você vai desbravando o seu universo, a gente te segue, quase que de perto, lendo esses textos belos versos.
Parabéns mais uma vez!
Abraço!!!
Que texto maravilhoso, li e reli e me preenchi com suas palavras.
ResponderExcluirMeus sínceros parabéns!
Um abraço!
"E disfarça de beleza
ResponderExcluirAquilo que é só tristeza"
Desbravando mundos e criando arte, Teu texto é tão belo que deveria ser exposto em mentes de auto-ajuda, recriar aquilo que se cria é despertar para uma nova -velha- vida que deixou de ser e passou a estar.
Muito Obrigado pelo comentário em meu blog e por ter ido lá e ter me proporcionado ler este magnifíco texto.
Um grande abraço.
Bons Ventos!!
Ora diabos, se você não é poeta, eu juro que não sei mais quem poderia ser, texto lindo, tão delicado e possitivo, cheio de paz, esperança, limpo como uma brisa de vento, parabéns, você é ótima.
ResponderExcluirVocê é POETA sim!rsrsr
ResponderExcluirque lindo,que belo,
eu não tenho palavras pra dizer,
que texto lindo,que delicado,que gostoso de ler...
teu blog já virou rotina na minha vida...
ele é maravilhoso.
Não me arrependi de ter voltado aqui hoje.
ResponderExcluirÉ, você tudo e muito mais do que imaginei. Beleza esta em tua destreza em domar palavras, poetizando sentimentos que resvalam da alma e dormitam no coração.
ResponderExcluirVocê é inteiramente poesia, Mirtez.
Um abraço grandão.