Fragmento-me em pequenas sequências
de qualquer evento sem enredo.
Cruzo as linhas do meu inconsciente:
Percorro as horas em mim,
Busco caminhos. Não direções.
O que sentia, ainda sinto,
dentro de um novo sentido,
que fica ao norte, ou, ao sul,
de uma longitude sem latitudes.
[A lógica disso é mera abstração...
A minha coerência é cada vez mais escassa,
O tédio não.
...Isso não requer outra explicação.]
Poderia, mesmo, divagar horas a fio,
sobre os dias que me passam devagar.
Mas isso é sempre, tão, vago.
Esses jogos de palavras me enjoam...
...No fim das linhas,
falta-me, ainda, um ponto ou uma vírgula,
Talvez, outra e outra, interrogação...
Um verso sem rimas.
Minha letra é ilegível,
os dias também...
Teço solidões no escuro,
assobiando silêncios.
Desenho ilógico da minha falta de lirismo:
Meu verbo poético sem qualquer poesia.
Mas de resto...
Só me resta, mesmo,
o resto.
Talvez um toque, de pedantismo e arrogância...
...Uma folha amassada aqui, outra ali,
Dentro ou fora,
da minha razão.
Falta-me um senso qualquer,
Não sei qual é o nome disso... E pouco me interessa.
...Estou apenas enjoada.
Escrever é vazio e tedioso... Não escrever também.
A náusea é; simplesmente;
inevitável...
Presumindo entender o poema, concordo com ele.
ResponderExcluirUm dia eu decidi queimar todos os meus versos, nunca me enervei tanto por ser covarde.
Boa noite.
"A náusea é; simplesmente;
ResponderExcluirinevitável..."
Eu tbm me sinto enjoada quando escrevo,mas quando não escrevo tbm,é realmente inevitável.Não sei se vc já leu,mas essa poesia me lembrou o livro do Satre -A Náusea.
Enfim,gostei muito.
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Beijo.