Eu vivo dentro de mim mesma,
em uma mente cheia de espaços em branco,
que se desenham nos meus pensamentos.
Em meio a um fluxo constante e sufocante,
que me inventa devaneios diários.
Vejo as cores ofuscadas do meu estrabismo:
o mundo de cores apagadas,
imagens borrando a minha percepção...
Meus olhos fitos no vazio,
distorcem-se em imagens que não sei se vejo,
ou invento.
Meu peito aberto,
é abrigo constante de coisa nenhuma.
Meu coração é como uma folha em branco ,
que alguém arranca e amassa antes mesmo de preencher... E,isso nem me incomoda mais.
O vazio bate, quieto, no meu peito ,
e,eu, o deixo entrar; sem cobrar-lhe a senha.
O resto não.
Construo coragens,
enquanto medos me corroem e desconstroem,
são,como as cicatrizes,
que se fecham,
enquanto cuido de abrir(-me) novas feridas,
só para ter o que cutucar durante o tédio.
E isso,nem me parece tão ruim assim.
Mas,às vezes me assusto,
com a minha própria indiferença.
Mas, ela, também me é indiferente...
... Sou irrelevância,afinal.
Os meus pés caminham,
pelo chão,
em vão, ou não...
E, eu, caminharia mesmo que não os tivesse:
Os pés e o chão,
dentro do vão que é sentir-se vivo, ou não,
Tenho uma fé profunda e clara,
em tudo que não creio.
... Acho que tenho lido Nietzsche demais.
Tenho amigos,
que se encontram, e se resumem,
em folhas de papel...
Tenho um gosto, muito, apurado para o nada.
E, isso é sempre muito mais do que preciso...
...Tenho lido, e sido, Pessoa demais.
E,amanhã,
quando abrir os olhos,
limparei as remelas; simplesmente; limparei.
Eu sei, isso é absurdo.
Absurdamente maravilhosa!
ResponderExcluirAsssustadoramente envolvente, com essas palavras que trituras e sopras, na solidão da gente.
Acho que semeias uma poesia que arde e purifica,
não sei dizer, e talvez não saber seja tudo o que explica.
bjo no coração.
Tentei lembrar de alguém para comparar contigo, e ninguém me vem a mente. Tu simplesmente coloca as palavras em um revólver, e atira.
ResponderExcluirPerfeito, amei, quero te conhecer...
Eu me identifiquei com o blog. Vou seguir.
ResponderExcluirbelos versos.
ResponderExcluirNão soa absurdo.
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